terça-feira, 12 de junho de 2012

Mizu no Kokoro



Conceito/Parábola famosa no oriente, mais precisamente no Japão que numa tradução meio grosseira quer dizer Mente como água. Ou Mente e Coração como água, já que no oriente, nossas emoções e racionalidades estão interligadas e não completamente separadas como no ocidente. Caso para se estudar também.
 
Nossas emoções e pensamentos são como um lago. Imaginem-se frente a esse imenso lago. De água cristalina e serena. Completamente parada. Esse é seu estado natural. Você está relaxado, com os pés mergulhados nessas águas. Ela reflete o céu e tudo ao redor. Pássaros voando, árvores...e sua imagem, inclusive. Uma mudança brusca de clima, uma rajada de vento mais forte irá causar turbulência nesse lago. Causará ondulações e perturbações. Mas como sabemos, isso é passageiro. Ao fim, lá estará sua imagem refletida. Isso acontece na nossa vida e é inevitável. Há de se saber enfrentar com serenidade e sabedoria. Assistir a esses eventos sabendo eles são passageiros. E ao final de cada um deles, sermos os mesmos. Mais fortalecidos ainda.
 
Mas o que mais me surpreende é perceber que essa água no lago nunca fica parada. Há permanentes ondulações que distorcem a visão, que perturbam as emoções. Há interferências demais, há pedras jogadas nesse lago e por isso ele nunca fica sereno, ele nunca reflete a verdade e sim uma versão distorcida e falsa das coisas. Não nos permite ver as coisas como elas são. Quem joga essas pedras? Nós mesmos, oras. Há pedras alheias? Claro! Mas basta esperar um tiquinho que a onda some e tudo está natural novamente e ao invés disso a gente joga mais pedras em cima de pedras.
 
Quando a gente olha as coisas de "fora", de "cima" fica óbvio perceber como interferimos e perpetuamos todas essas perturbações e ondulações. Toda a TURBULÊNCIA. Nos acostumamos assustadoramente com elas. Se tornam "normais". As ondas naturais virão. Devemos permanecer tranquilos. Há coisas que independem de nós, mas a forma como reagimos a elas sim, dependem só de nós, assim como deixar de poluir ainda mais as límpidas, cristalinas e serenas águas de nosso lago mental e emocional.
 
PS. 1: Esse é último post desse Blog, talvez outro venha substituí-lo. Foram 109º e ele não será desativado, só não será mais atualizado. Seu própósito foi cumprido.

PS. 2:
http://mentirinhas.com.br/wp-content/uploads/2012/01/mentirinhas_217.jpg
Agora com licença que eu tenho uma caixinha ali para abrir...
http://mentirinhas.com.br/wp-content/uploads/2012/01/mentirinhas_2051.jpg

PS. 3: Acho esse quadrinho o mais filosófico, mais perturbador, mais reflexivo e lindo que já vi.
 
Abraços!
Samuel 
 
 
 

4 comentários:

Anônimo disse...

='(

Tiemi Santiago disse...

Muito legal esse post... Texto e quadrinhos.

Lendo o texto, lembrei de uma historinha. Muitos anos atrás, escrevi uma história em que uma menina está numa praia com o pai, e o mar está calmo. De repente, as ondas começam a ficar maiores e mais assustadoras. Depois de um tempo de desespero tentando entender o que está acontecendo, eles vêem um navio gigante aparecer por detrás das pedras e percebem que é a passagem do navio que está causando aquele tumulto todo (viva a licença poética...) Quando o navio passa, tudo fica tranquilo novamente. A história termina dizendo "e como navios que são, eles navegam para longe", ou algo assim.

Que pena que está terminando esse seu blog. Aguardo o próximo.

Charlotte Sometimes disse...

...

Meu Mundo....??? disse...

É amigo!!! Parece que esse post foi pra mim ;( belo momento que resolvi entrar no seu blog...
Samuel sempre escrevendo coisas profundas que vai lá no fundo, no mais fundo!!!(talvez na caixa que não queremos abrir)
Realmente, sempre haverá marolinhas e tsunami na nossa vida, para sobreviver devemos aprender a nadar então???
Fica aqui não se vai...what are you going

Postar um comentário

fala que eu te escuto: