A Intertextualidade na Música Monte Castelo de Renato Russo
Achei um texto magnífico sobre essa música. Quantas referências o Renato usou nela e de forma magistral.
Pensa: Quantas vezes já a ouvimos e não demos sequer conta de entender as frases? Todos brandamos Renato Russo como gênio e nem sequer entendemos as letras. É... Estamos em quase pemanente "transe". Estamos em piloto automático. Estamos com os ouvidos, visões, paladares, tatos e olfatos viciados e dormentes. Mas ele já sabia e cantava:
"Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem."
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A letra:
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
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O artigo trata da conversa que o compositor Renato Russo trava em sua música “Monte Castelo”, com o famoso poema de Luís de Camões “Amor é um fogo que arde sem se ver” e com o texto bíblico “O amor é um dom supremo” escrito pelo apóstolo Paulo à Igreja de Corinto. Há ainda a alusão do título da música a uma batalha da Segunda Guerra Mundial vencida por soldados da Força Expedicionária Brasileira; batalha na qual, apesar da vitória, ocorreu uma baixa de 1000 pracinhas. A motivação em se trabalhar a intertextualidade presente nessa música veio da observação do ajustamento perfeito do tema “Amor” que o compositor conseguiu mesmo promovendo o diálogo entre obras tão distintas como o poema de Camões, que fala de um amor Eros (homem-mulher, possessivo) e a carta de Paulo, esta tratando do amor Ágape (o amor altruísta, generoso). Dessa forma, o objetivo foi encontrar na música o elemento chave que une os dois textos e seu título. Assim, foi feito o estudo dos três textos e o contexto em que foram escritos, chegando-se à afirmação de o amor ser tratado como um sentimento que se concretiza na ação; e esta sempre acarretará em alguma forma de dor nobre.
A letra:
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
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O artigo trata da conversa que o compositor Renato Russo trava em sua música “Monte Castelo”, com o famoso poema de Luís de Camões “Amor é um fogo que arde sem se ver” e com o texto bíblico “O amor é um dom supremo” escrito pelo apóstolo Paulo à Igreja de Corinto. Há ainda a alusão do título da música a uma batalha da Segunda Guerra Mundial vencida por soldados da Força Expedicionária Brasileira; batalha na qual, apesar da vitória, ocorreu uma baixa de 1000 pracinhas. A motivação em se trabalhar a intertextualidade presente nessa música veio da observação do ajustamento perfeito do tema “Amor” que o compositor conseguiu mesmo promovendo o diálogo entre obras tão distintas como o poema de Camões, que fala de um amor Eros (homem-mulher, possessivo) e a carta de Paulo, esta tratando do amor Ágape (o amor altruísta, generoso). Dessa forma, o objetivo foi encontrar na música o elemento chave que une os dois textos e seu título. Assim, foi feito o estudo dos três textos e o contexto em que foram escritos, chegando-se à afirmação de o amor ser tratado como um sentimento que se concretiza na ação; e esta sempre acarretará em alguma forma de dor nobre.
Leia o artigo inteiro aqui:
http://portfolioleamara.blogspot.com.br/2007/12/intertextualidade-na-msica-monte_14.html
http://portfolioleamara.blogspot.com.br/2007/12/intertextualidade-na-msica-monte_14.html
Soldados brasileiros na Batalha de Monte Castelo |
Mas como todos sabemos, a verdadeira guerra está aqui dentro.
2 comentários:
Esplêndido!
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fala que eu te escuto: