quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

não consigo pensar num título...

Modelo se nega a amamentar o filho e diz que peitos são só para sexo.
'Eles são uma coisa sexual para mim', disse a britânica Nicola McLean. Ela afirmou que não se sentiria sexy se tivesse amamentado seu filho.

Nicola McLean disse que seus peitos são apenas para sexo. (Foto: Reprodução/Site oficial)A modelo britânica Nicola McLean disse que não amamentou seu filho Rocky, de três anos, porque seus peitos são apenas para sexo com seu marido, segundo reportagem do tabloide inglês "The Sun".

"Eles são uma coisa sexual para mim, e não quero Rocky mamando neles", afirmou ela.

Ela destacou que, se amamentasse Rocky, não seria capaz de fazer sexo com seu marido, o jogador de futebol Tom Williams, e de se sentir sexy.

Nicola McLean afirmou ainda que não gostava da ideia de ver seu filho se alimentando em seus seios.

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Cadela amamenta porquinhos em cidade cubana

A cadela 'Yeti' virou atração na cidade de Camaguey, em Cuba, por amamentar filhotes de porco.


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Chimpanzé adota tigres siberianos

Relações maternais entre espécies são um fenômeno observado comumente, mas poucos viram uma chimpanzé tomando conta de filhotes de tigre siberiano.
 
O furacão Hannah, quando passou pelo estado da Carolina do Sul, nos EUA, traumatizou os tigres adultos que passaram a agir de maneira muito agressiva, passando a ser foram considerados um perigo para os seus filhotes. Portanto estes dois filhotes de tigre siberiano tiveram que ser separados de seus pais e colocados junto com uma chimpanzé de dois anos que prontamente os adotou.






Quem são os 'humanos' mesmo?
Quem é o racional? O inteligente?
E quem é livre de pré-conceitos?
Quem ama só porque ama?
bláh.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

2+2=5

Você é tão sonhador
A ponto de colocar o mundo no lugar?
Eu ficarei em casa eternamente
Onde dois e dois sempre somam cinco.

Vou montar trilhas
E me esconder atras de sacos de areia.
Janeiro vai ter as chuvas de abril
E dois mais dois sempre será igual a cinco.

É o caminho do diabo agora
E você não tem por onde fugir
Você pode gritar, você pode berrar
Agora é tarde demais

Porque

Você não esteve prestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoVocê não esteve prestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoVocê não esteve prestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoVocê não esteve prestando atençãoPrestando atençãoPrestando atençãoPrestando atenção

Eu tento cantar por um tempo
Começo bem...eu não
Porque eu não
Tento atacá-los. Como moscas - mas como moscas os insetos continuam voltando
NÃO!
Mas eu não
Todos saúdam o ladrãoTodos saúdam o ladrãoMas eu nãoMas eu nãoMas eu nãoMas eu não
Não questione minha autoridade e nem me tranque em uma caixa...........
Porque eu nãoPorque eu nãoVá e conte ao rei que o céu está desabandoQuando não estáMas não estáMas não estáTalvez nãoTalvez não


 
* Post dedicado aos fãs de Radiohead e BBB - O 'show' da vida real.
 
“Quem ri do que desconhece está a caminho de ser idiota”.
(Victor Hugo)


 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mito da Caverna



Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.

Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.

Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.

Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras.

Platão não buscava as verdadeiras essências na simplesmente Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível. E o personagem da caverna, que acaso se liberte, como Sócrates correria o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de determinado modo, e então vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta te mostrar novos conceitos, totalmente diferentes. Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna: ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.

O diálogo de Sócrates e Glauco

Trata-se de um diálogo metafórico onde as falas na primeira pessoa são de Sócrates, e seus interlocutores, Glauco e Adimanto, são os irmãos mais novos de Platão. No diálogo, é dada ênfase ao processo de conhecimento, mostrando a visão de mundo do ignorante, que vive de senso comum, e do filósofo, na sua eterna busca da verdade.

Sócrates – Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

Glauco – Estou vendo.

Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que os transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.

Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.

Sócrates — Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e de seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica defronte?

Glauco — Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?

Sócrates — E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?

Glauco — Sem dúvida.

Sócrates — Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?

Glauco — É bem possível.

Sócrates — E se a parede do fundo da prisão provocasse eco sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?

Glauco — Sim, por Zeus!

Sócrates — Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objetos fabricados?

Glauco — Assim terá de ser.

Sócrates — Considera agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância. Que se liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao fazer todos estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de distinguir os objetos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçado e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?

Glauco - Muito mais verdadeiras.

Sócrates - E se o forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não desviará ele a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?

Glauco - Com toda a certeza.

Sócrates - E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?

Glauco - Não o conseguirá, pelo menos de início.

Sócrates - Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e sua luz.

Glauco - Sem dúvida.

Sócrates - Por fim, suponho eu, será o sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal qual é.

Glauco - Necessariamente.

Sócrates - Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.

Glauco - É evidente que chegará a essa conclusão.

Sócrates - Ora, lembrando-se de sua primeira morada, da sabedoria que aí se professa e daqueles que foram seus companheiros de cativeiro, não achas que se alegrará com a mudança e lamentará os que lá ficaram?

Glauco - Sim, com certeza, Sócrates.

Sócrates - E se então distribuíssem honras e louvores, se tivessem recompensas para aquele que se apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras, que melhor se recordasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último lugar, ou virem juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua aparição, e que provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são venerados e poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil vezes ser um simples lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas ilusões e viver como vivia?

Glauco - Sou de tua opinião. Preferirá sofrer tudo a ter de viver dessa maneira.

Sócrates - Imagina ainda que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: Não ficará com os olhos cegos pelas trevas ao se afastar bruscamente da luz do Sol?

Glauco - Por certo que sim.

Sócrates - E se tiver de entrar de novo em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas correntes, para julgar essas sombras, estando ainda sua vista confusa e antes que seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à sua custa e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo que não vale a pena tentar subir até lá? E se alguém tentar libertar e conduzir para o alto, esse alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?

Glauco - Sem nenhuma dúvida.

Sócrates - Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta imagem ao que dissemos atrás e comparar o mundo que nos cerca com a vida da prisão na caverna, e a luz do fogo que a ilumina com a força do Sol. Quanto à subida à região superior e à contemplação dos seus objetos, se a considerares como a ascensão da alma para a mansão inteligível, não te enganarás quanto à minha idéia, visto que também tu desejas conhecê-la. Só Deus sabe se ela é verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível, a idéia do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública.

Glauco - Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la.

(Platão. A República. Livro VII)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Nossas Revolutionary Roads


Essa semana assisti Foi apenas um sonho, filme de 2008. Achei-o bem profundo e estava refletindo nele quando fui procurar alguma análise e olha só onde vou achar, no meu site favorito, Scream & Yell, do gente fina Marcelo Costa. O cara analisou o filme com exatidão, disse tudo o que eu queria dizer e escreve melhor do que eu.

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Enquanto buscamos redenções e motivações em lugares físicos ou outros “paraísos artificiais” (fugas?), culpando a sociedade, a rotina e toda a hipocrisia reinante, mal percebemos que tudo isso parte (ou deveria partir) de dentro de nós mesmos. A revolução tem que partir internamente primeiro. E é preciso muita coragem para isso, muita coragem para mudar, para trocar o certo pelo incerto, mesmo que esse "certo" esteja todo errado. Complicado? Leia o texto que fica mais claro.


                                         

Por Marcelo Costa

Qual o motivo de estarmos vivos? Qual o sentido em acordarmos todos os dias? Duas perguntas profundas que existem desde sempre e seguem sem resposta definitiva, afinal o máximo que conseguimos em milhares de anos foram um belo punhado de teses filosóficas e uma centena de religiões que, no fundo (bem lá no fundo), dizem a mesma coisa. Continuamos tateando em busca de alguma razão que de algum sentido a essa coisa toda que alguns chamam viver (e outros apelidam de inferno). Não é fácil.

Viver é uma tarefa árdua a qual somos submetidos diariamente tendo algumas suspeitas não provadas cientificamente (o que mais complica que explica) do motivo das coisas serem assim, e não assado, e de agirmos de modo x e não y. Daí escolhemos de que lado vamos ficar, agir, pensar e viver. E sentados sobre nosso próprio juízo julgamos todo o resto. É um trabalho sujo, mas alguém tem que faze-lô, afinal não estamos rodeados apenas por coisas belas (ainda bem) e o paraíso, como muitos desenham, deve ser um lugar pra lá de insuportável.

O diretor anglo-português Sam Mendes parece interessado nessa função de juiz, e já havia mostrado que tem jeito pra coisa no brilhante “Beleza Americana”, uma dura crítica a sociedade norte-americana agraciada com cinco Oscars (incluindo os cortejados Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro Original). Com “Foi Apenas Um Sonho”, o diretor retorna ao tema, porém (quase) deixa de lado o cinismo apoiando-se na simplicidade de uma história que diz mais sobre o espectador do que sobre o próprio filme em si.

Logo na primeira cena do longa temos um encontro: April (Kate Winslet em grande atuação) conhece Frank (um Leonardo DiCaprio bastante correto). Ela tem sonhos de ser atriz. Ele é estivador, mas está pronto para subir na escala social, pois vai assumir um emprego de caixa em uma loja. Antes do beijo inevitável temos o corte e nos vemos alguns anos depois. April está no palco de uma peça ruim, e Frank parece não saber lidar com o fracasso da mulher, e o resultado é uma longa briga que coloca o mundo em seu devido lugar.

As peças começam a se encaixar no tabuleiro (dois filhos não planejados, uma casa bonitinha atolada em meio a um “cemitério social” de mortos-vivos, um emprego que não preenche os anseios da alma, uma vida que deveria ter seguido numa estrada, mas estacionou em um lugar qualquer entre o vazio e a falta de esperança) e conforme se juntam exibem o desenho cruel de uma classe média norte-americana atolada na monotonia, na apatia e no conformismo, uma série de adjetivos que ainda freqüentam a ordem do dia (seja nos Estados Unidos, seja no Congo, seja no Brasil).

April percebe que está sendo consumida pelo mal-estar da vida sem sentido, e inventa – e se agarra a – uma viagem para tentar sacudir a vida do casal. Frank reluta em um primeiro momento, aceita no segundo, e acaba por fim escolhendo o caminho mais simples na terceira parte. O casal se enfrenta vorazmente em todas essas passagens, mas não consegue se entender. Diálogos são travados, silêncios são ouvidos, mas o único som que persiste é o do desespero da vida que segue sem sentido em direção a vala do esquecimento. Já cantava Neil Young: “melhor queimar do que apagar aos poucos”, mas quem impede alguém de sonhar além de si mesmo?

Não há nenhuma alegria verdadeira em “Foi Apenas Um Sonho”, e por isso o filme tem verniz redentor (ou revolucionário, como queira) e requintes de obrigatório. Apesar da história se passar nos anos 50 (o livro de Richard Yates, que deu origem ao roteiro, é de 1961) é fácil perceber que a sedução do dinheiro (que troca sonhos por papel moeda), a falta de planejamento familiar e o desconhecimento que os próprios casais têm de si próprios são temas tão atuais e universais quanto na época em que foram escritos. Vale tanto quanto uma sessão de terapia e meia dúzia de cervejas e desabafos com o melhor amigo (a) no bar.

A Academia ignorou solenemente o filme (apesar do prêmio para Kate no Globo de Ouro), e não que ele seja sensacional, só brilha timidamente em um período de franca decadência da sétima arte. Foram três indicações ao Oscar nas categorias Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte e Melhor Ator Coadjuvante para Michael Shannon, que interpreta (com generosas doses de cinismo) um louco que enxerga mais coisas que a média comum observa (quem disse que em terra de cego, quem tem um olho é rei, precisa ver o outro lado do ditado popular). Pena que o Oscar de coadjuvante já tenha dono, que a idiota tradução nacional do título mate boa parte do drama do roteiro e que Winslet tenha sido indicada apenas por “O Leitor”, e não por sua belíssima atuação aqui. “Foi Apenas Um Sonho” merecia melhor sorte… como todos nós.

Ps. A tradução do título original, “Revolutionary Road”, é a pior (no sentido de entregar a história) desde… “Cidade dos Sonhos”, casualmente outro filme com nome de rua.



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E visitem, favoritem o Scream & Yell. O melhor site sobre Cultura Pop (e outras coisas) do Brasil. Tem textos antológicos e algumas "discussões" acaloradas e inteligentes. E para quem acha que a música atual (brasileira ou gringa) anda mal das pernas, tem centenas e centenas de dicas por lá. Tem muita coisa em curso, em todo canto, é só procurar.
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Por fim, algumas perguntinhas pertinentes:
Sua vida atual é a que você sonhou há 10, 20 anos atrás?
Aquela criança e adolescente conheceu e conquistou o que almejou?
Perdeu o bonde? Onde? Quando? Porquê?
Dá para mudar? chacoalhar tudo?


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Avalanche de shows em SP

Todos com os bolsos preparados? Porque 2012 está se desenhando o maior ano de shows gringos no Brasil.

Mais algumas bandas estão vindo aí:


 30/04 - James  - Meu ingresso já valeria a pena só deles tocarem Like a Fred Astaire. Eles abriram muitos shows dos Smiths. Também são de Manchester. Tem hits pra caramba. Born of frustation, Sit Down, Like a Fred Astaire.

12/05 - Bjork (suspiro)
12/05 - Justice (curiosidade)


11/05 - Mogwai (Muita curiosidade. Eles são influenciados pelo Cure, entre muitas outras coisas e também Robert Smith declarou que parte da inspiração instrumental de Bloodflowers vem do Mogwai)
11/05 - James Blake (Taí um artista bem contemporâneo que gosto muito e está há meses tocando em casa.)
Esses 4 últimos fazem parte do Sonar Festival, que tem dezenas de outras atrações.


27/05 - The Mission (Já vi em 99, se não me engano e vale a pena. Pelos Hits e pela banda, que toca muito bem)

14/04 - Mark Lanegan (Dos Screaming Trees)

Mas esses são os que eu gosto, ainda vai ter Roger Waters, 3 Doors Down, Anthrax, Blind Guardian, Buddy Guy, Concrete Blonde, Creedence Clearwater Revisited, Gipsy Kings, Joe Cocker, Roxette, Sisters of Mercy, Smash Mouth, Atari Teenage Riot, The Vacinnes, Nada Surf, etc...AH, TEM FOO FIGHTERS TAMBÉM, NÉ? Já nem me lembrava.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

...

"Não acredite no que você ouviu; não acredite em tradições porque elas existem há muitas gerações; não acredite em algo porque é dito por muitos; não acredite meramente em afirmações escritas de sábios antigos; não acredite em conjecturas; não acredite em algo como verdade por força do hábito; não acredite meramente na autoridade de seus mestres e anciãos. Somente após a observação e análise, quando for de acordo com a razão e condutivo para o bem e benefício de todos, somente então aceite e viva para isso."



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Morrissey em SP



Sempre tive uma relação de amor e ... ódio? Não, não chega a tanto... com Morrissey. Desde os Smiths. Ao mesmo tempo em que fazia canções desoladamente tristes e sinceras, também era extremamente sarcástico e deliciosamente irônico. É o mais famoso discípulo de Oscar Wilde. Quase um Woody Allen musical. Mas sua postura extra-musical muitas vezes enche o saco, seus discursos vegetarianos e polêmicas declarações que soam forçadas. Mas a melodia de sua voz compensa. Faz parecer tão fácil criar musica Pop. Para mim, o melhor de todos os tempos nesse quesito. E estou só falando do Morrissey, não dos Smiths. Aí é covardia.

Minhas 12 favoritas do bardo:

- The World Is Full of Crashing Bores
- The More You Ignore Me, The Closer I Get
- Spring-Heeled Jim
- Now My Heart is Full
- We'll Let You Know
- Hold on to Your Friends
- Alma Matters
- The Teachers Are Afraid of the Pupils
- Boxers
- How Can Anybody Possibly Know How I Feel?
- I Have Forgiven Jesus
- Come Back to Camden

Vem bicha véia, e encante a todos nós com sua voz mágica!

Dia 11 de Março, em SP.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eu e o violão...


"Sem a música, a vida seria um erro."
Friedrich Nietzsche

"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende."
Arthur Schopenhauer

"O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas."
William Shakespeare

Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música.
Aldous Huxley

"Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada."
Robert Browning

"Na música, o próprio silêncio tem ritmo."
Cláudio de Souza

"A vida de um homem culto deveria simplesmente alternar-se entre música e não-música,
como entre o sono e o despertar."
Friedrich Novalis

"A música começa onde acaba a fala."
Ernst Hoffmann

"A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição,
nunca por normas rígidas."
Samuel Butler

e por fim:

"Tentar explicar música é como cantar uma dança."
Tiemi

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sobre o Hedonismo, prazeres e outras coisas...



Sobre o Hedonismo:
Sabe-se lá porque tive curiosidade de saber sobre essa filosofia, teoria ou doutrina filosófico-moral. Whatever...Pesquisando nos oráculos de nossos tempos, Google e Wikipedia, conhece-se a sua base e sua história. Superficial, mas como disse, só uma base.

Do Wiki:

"O hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade") é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer, o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, e importantes representantes foram Aristipo de Cirene e Epicuro. O hedonismo filosófico moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.

O significado do termo em linguagem comum, bastante diverso do significado original, surgiu no iluminismo e designa uma atitude de vida voltada para a busca egoísta de prazeres materiais. Com esse sentido, "hedonismo" é usado de maneira pejorativa, visto normalmente como sinal de decadência.”
O Hedonismo é muito confundido com o Epicurismo, apesar de eles possuírem divergências claras. O epicurismo surge através de Epicuro, que levando em conta o hedonismo que o antecede irá, segundo suas concepções, aperfeiçoá-lo. Salientando que o prazer deverá ser regido pela razão, o que resulta em moderação. Para Epicuro o prazer é configurado como total ausência de dor e domínio sobre as emoções e sobre si mesmo."

Pelo meu raso entendimento, esse prazer pode estar ligado a tudo o que nos envolve. Tudo o que vivemos e vivenciamos. Já o dito Epicurismo é utopia pra mim. A dor nos é velha conhecida e faz parte de toda particularidade e complexidade de nosso ser. Nossa existência. É inevitável, porém quando compreendida, se torna aceitável e maleável. Eliminá-la é querer ser Buda e eu não tenho tamanha ambição...hehehe.

E quais seriam esses prazeres então? Pode-se encontrá-la abundantemente nas artes, por exemplo. Ao ouvir uma música instigante, um livro ou filme. A música nos causa sensações, o que já é por si só, um mistério. Notas musicais, harmonias, melodias, frases e vozes podem nos revelar muita coisa de nós mesmos, mas é preciso atenção total. Tem estar “esperto”. Cada instrumento é único e tem sua característica. Nunces e camadas “subliminares” podem ser descobertas e engrossar o caldo de emoções. O cérebro ativa parte de memórias, o coração desabrocha em sentimentos, de dor ou alegria, de entusiasmo. Estarmos conscientes disso é estar nos conhecendo mais. É muito íntimo e particular de cada um. E há um claro prazer nisso. Nessa imersão. Um novo universo pode se abrir. O seu.

Livros bem escritos, metáforas, metalinguagens...são infinitas as mensagens que a leitura pode gerar. Também mexe com uma gama gigante de nossas emoções, conflitos, memórias, imaginação, pré-conceitos, conceitos, enfim. A leitura é um imenso prazer.

Filmes idem. Uma conjunção de imagens, sons, caras e bocas, feições (Alguém lembou de PNL – Programação Neuro Linguística? de que nosso corpo “fala”?), paisagens e luzes que podem remexer fundo nosso baú e abrir outros cofres. Com tudo de bom e de ruim dentro dele. A arte de uma ator, que com seu olhar consegue nos dizer um parágrafo inteiro. Sons que nos remetem a sentimentos e paisagens que nos levam a viajar e “entrar” na cena, vivê-la por alguns instantes. Uma arte completa. Uma experiência que pode ser poderosa.

Conseguir tirar dessas artes e artistas um pouco disso tudo é um prazer infindável. E creio que seja justamente o papel deles: fazer auto-conhecermo-nos mais.

Nos alimentos, nas bebidas...sejam elas naturais ou não. A cozinha é uma arte também. Pode dizer muito sobre a cultura de um local. Combinações de ingredientes. Aromas e sabores e sensações também. O prazer de alimentar-se e sentir cada ingrediente ingerido. São eles que manterão o equilíbrio de nosso corpo, seu combustível. Também num momento de relaxamento buscamos isso (principalmente), seja numa taça de cerveja artesanal, feita com atenção e dosado carinhosa e meticulosamente pelo artista criador. Ou alguém acha que uma cerveja como a belga Duvel ou a brasileira Wals são feitas a esmo?

O prazer de conhecer lugares históricos do planeta...os que nossos antepassados viveram e fizeram, o que construiram e os porquês de tudo isso. Paisagens bucólicas e isoladas nos fazem sentir únicos e mais íntimos de nós mesmos e com a natureza.

Esportes radicais, que desafiam o medo e até a morte “parecem” ser experiências quase sobrenaturais. Um estado de lucidez e esplendor extremo e único. Coisa que meu coraçãozinho não deve estar preparado. Sinto.
E com todos e com tudo. No marido, esposa, namorado ou namorada, no trabalho, nos esportes, nos amigos, conversas, beijos, abraços e todos os momentos, vamos testando nossos limites e abrindo novos horizontes. É só prestar atenção e viver o presente. Básico: A vida é hoje!

Mas então, tanto prazer em tudo com que finalidade? A felicidade, oras.
Entendendo cada sentimento desses, quando vêm à tona, à superfície. Quando expostos. É fundamental compreendê-los, é necessário extrair aprendizados e É PRECISO conhecer suas fontes, seus úteros geradores. Encará-los frente a frente. Um a um. O mundo não nos cria assim. Não nos ajuda a entender e questionar e procurar respostas. Ele nos tranca com dogmas e regras e pensamentos absolutos. Desde a mais tenra idade. Isso é prisão.
Enfim, vamos aprendendo a nos policiar, deixando velhos vícios, adquirindo bons hábitos. Isso aos poucos limpará nosso mar, nosso profundo oceano, que ficará cada vez mais claro, mais límpido. Isso não é fraqueza, pelo contrário, requer coragem e perseverânça. A felicidade não deve ser um pêndulo, um vai e vem eterno...dia sim, dia não. Não deve depender de ninguém. Nem de situações. nem de problemas e soluções. Felicidade é leveza. É liberdade.
Aí está uma felicidade verdadeira. Uma pura. Essencial. Sem misturas. SEM euforia.

Não sou expert em nenhum assunto que discorri, e nem preciso. Cada experiência dessas está dentro de mim e ainda há muito (tudo) o que se aprender e buscar. E é muita coisa para um post simples num blog...raios, é muita coisa para uma vida só...hehe.
Hedonismo, para mim, além de uma simples palavra ou termo, é tentar sair do torpor mental e intelectual, lascivo e materialista que nos encontramos. Inserir um pouco mais de lucidez nas nossas vidas. Mais colorido e nitidez.

Vamos aproveitar e usar bem o nosso olfato, nosso tato, visão, paladar e audição. Humildade, fraternidade e compaixão. Buscar prazer e dar prazer. É o mínimo, não? O sexto sentido? É um filme bem legal, amém.

Tchau, foi um prazer falar com você. Gozei.

PS.: E se eu estiver muito errado quanto ao hedonismo, sem problemas, invento uma nova palavra para definir “minha teoria”. Ou nem...


Samuel