terça-feira, 26 de abril de 2011

Fechado para balanço

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Provações e desapegos

É tempo de provações. (Mais?)
De praticar o desapego. (Ainda mais?)
Só deixar rolar...Até secar.
E isso é tudo . (é?)
Bool, fim.
Fornit Some Fornus.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A história de Lisey

Mais um Stephen King. Maravilhoso livro. É incrível, espantosa e poderosa a narrativa dele. Parece...cigarro, batatas Pringles, chocolate...um vício. rsrs. Não dá para parar de ler. A resenha aí embaixo é da Regiane (http://www.livronochadascinco.com.br/). E não tem Spoilers. Tem outras bem legais também pela rede, mas achei que estragam algumas surpresas. São mais para quem leu o livro.
Sobre as analogias e piadas internas dos personagens, tem uma que é demais! O mundo é Ralph! E quem não leu, ou não vai ler, só tenho algo a dizer: - Sinto muito. Perdeu! O mesmo vale para quem só gosta de livros sérios e teóricos, para quem lê para parecer mais inteligente, etc...
Boa viagem a Boo'ya Moon pra quem for encarar.
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Lisey Landon compartilhava uma intimidade profunda e às vezes assustadora com seu marido, Scott, um escritor célebre e bem-sucedido — um homem cheio de segredos. Um desses segredos era a fonte de sua imaginação, um lugar com a capacidade de curá-lo ou destruí-lo. Em 'Love', dois anos depois de ficar viúva, Lisey precisa desvendar os papéis deixados pelo marido no escritório da casa isolada onde os dois moravam. Ela terá que enfrentar os demônios de Scott, embarcando em uma perigosa viagem para dentro da escuridão que ele habitava. Assim, adentra o fantástico mundo paralelo de Boo’ya Moon, refúgio dele durante a infância marcada por abusos e ao mesmo tempo fonte de sua criatividade. Lançando mão da linguagem particular do casal - termos bobos, letras de música, trocadilhos e apelidos que a viúva guarda como resquícios da intimidade conjugal - Scott deixou para a esposa uma espécie de quebra-cabeça, para que ela possa finalmente entendê-lo. 'Love' é uma parábola sobre a imaginação e o amor, e sobre o poder do amor de transformar e de salvar.
Há muito tempo não lia um livro de Stephen King. Não sei se vocês já leram algum livro dele, mas ele tem um estilo muito particular. Ele começa a revelar algo – tanto o que aconteceu, quanto o que vai acontecer e pára... Você fica lá pensando onde? Como? E tem de esperar : ele só revela na hora certa.
Esse livro mostra a história do amor entre Scott e Lisey. Quando começa, ela já está viúva há dois anos e só então tem coragem de começar desmontar o escritório onde o marido produzia seus livros. É como voltar ao passado – rever e reviver os acontecimentos daqueles 25 anos de casamento. Scott é um homem perturbado, tendo sofrido uma infância terrível criado apenas pelo pai em uma fazenda afastada e tendo como único amigo o irmão mais velho. Lisey era sua âncora, a única pessoa com que ele realmente se abriu, a quem se mostrou por inteiro, e que o aceitava completamente independente de tudo.
Um aspecto que gostei no livro foi o de mostrar a intimidade do casal na forma em que se comunicavam – nas expressões que usavam, nos filmes que assistiam e nas piadas particulares que somente eles entendiam. Talvez por Scott ser escritor – e um escritor famosíssimo, com dois dos principais prêmios literários americanos – esse aspecto fosse de real importância.

Um exemplo:
O restante daquela noite fez Lisey se lembrar do que Scott costumava chamar de Regra de Landon para o Mau Tempo: quando você vai dormir esperando que o furacão vá para o mar, ele vem para a terra e arranca o teto de sua casa. Quando acorda cedo e reforça a casa contra a nevasca, só caem uns flocos de neve.Qual o sentido, então? Pergunta Lisey. Eles estavam deitados na cama juntos – alguma cama, uma das primeiras -, aninhados e esgotados depois de fazerem amor, ele com um de seus Herbert Tareyons e um cinzeiro no peito e uma ventania uivando lá fora. Que cama, que vento, que tempestade ou que ano ela não se lembrava mais.
O sentido é ESPANE, respondera ele – disso ela se lembrava, embora a principio tivesse pensado que não ouvira ou entendera direito.Aspone? O que é aspone?Ele amassou o cigarro e colocou o cinzeiro na mesa ao lado da cama. Pegou o rosto dela, cobrindo suas orelhas e isolando-a do mundo inteiro por um instante com as palmas das mãos. Beijou seus lábios. Então tirou as mãos para que ela o ouvisse. Scott Landon sempre queria ser ouvido.ESPANE, babyluv: Engatilhe Sempre que Parecer Necessário.
Ela refletiu sobre aquilo – não era tão rápida quanto ele, mas geralmente chegava lá. Engatilhe Sempre que Parecer Necessário. Gostou daquilo. Era bem bobo, o que a fez gostar mais ainda. Começou a rir. Scott riu junto e logo estava dentro dela como eles estavam dentro da casa enquanto a ventania ribombava e sacudia do lado de fora.Com Scott, ela sempre ria bastante.O livro traz a busca de Lisey pelas lembranças esquecidas e o modo como Scott a conduz nessa busca, mesmo depois de morto. Era a forma de Scott ajudar Lisey a buscar o conforto e reencontrar seu caminho para a vida.
Gostei muito dessa história. Mostra um amor profundo, que nem mesmo a morte consegue apagar. Tem momentos de muita tensão e de muito suspense, mas também tem cenas que fazem rir.
O mais interessante é o modo como Stephen King se utilizou de expressões para mostrar a intimidade familiar. Lisey e Scott tinham sua linguagem e Lisey e suas irmãs também. Scott ficava encantado com essas particularidades na fala e na forma de se expressar, sempre dizendo que “esse é um dos grandes, Lisey. Deve ter sido apanhado com a rede lá no lago.” Algumas dessas são: um perfeito milagre de olhos azuis (para quando tudo dava certo), ou a expressão Meu Jesus Carequinha da silva (achei essa ótima). Scott sempre citava um lago “...o lago em que todos nós vamos beber e nadar, e em cujas margens pegaremos um peixinho... o lago que algumas almas destemidas singram em seus frágeis barcos de madeira, atrás dos peixes grandes... o lago da vida, a taça da imaginação...”
Todos consideravam esse um lago metafórico, um recurso de discurso. Só que esse é um livro de Stephen King, então esse lago realmente existe e fica no mundo paralelo de Boo´ya Moon, o mundo onde Scott e seu irmão se refugiavam da terrível infância que viviam. Ele leva Lisey a esse outro mundo e o mostra a ela . Mas Lisey é uma pessoa que vive a realidade - tanto que é dela a parte prática do casamento (contas, compras, etc) - e ela se assusta com isso, forçando-se a esquecer-se desse lugar. Só que agora, ela precisa dessas lembranças e precisa reviver essa parte de seu casamento, no que é ajudada por Scott.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Que caca. Ô país de merda!

Furtaram meu carro ontem. 3 anos para pagar e alguém leva assim, de boa... Mas fazer o quê? Neste país, a gente tem medo de polícia e de ladrão. Mas tudo bem, é só um objeto e a gente trabalha tudo de novo para comprar outro, se quiser.
Mas pensando bem, isso é uma uma bola de neve. A gente mesmo pode fazer parte da "cadeia alimentar" ou conhece alguém que faça. Pois 'SE O LADRÃO NÃO TIVER PARA QUEM VENDER O QUE ROUBOU, NÃO TERÁ MOTIVO PARA ROUBAR". Enfim, tem coisas piores no mundo, e pelo menos não colocaram a arma na minha cara (já passei por isso). E no final da noite, depois de andar a pé, encontrei a Bob e fiquei feliz em poder ajudá-la. Ele teve muito mais que um carro roubado.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Futebol de rua é o mais autêntico do mundo

O Futebol, como tudo na nossa vidinha comum, como tudo que enxergamos por trás de cortinas, é muito mais do que aparece na televisão.
Jogado na rua, descalço, melhor ainda. Mais autêntico.
Joguei muita bola quando criança. Na rua, no campinho, no campão, na quadra. Descalço ou de tênis. De Ki-chute. Era raçudo. Não gostava de perder, mas tive que experimentar e aprender com a derrota, inevitável. Quantas lembranças boas. É incrível o que a gente pode guardar na memória desses dias. Fazem, sei lá, 25/30 anos , mas eu me lembro de um gol que fiz no colégio, de um chapéu seguido de uma bola no travessão, gols perdidos, daquele jogo disputadíssimo "contra" "o time da rua de cima". Da final perdida no campeonato da escola para o time dos cavalões repetentes.
Isso tudo era muito mais importante que qualquer clássico na Globo.
Futebol não era só ligar a TV e torcer para seu time, por algum favorito, nem apertar uns botões no Play Station. Era suor de verdade, superação de verdade, vitórias e derrotas de verdade. Era entrar na dividida com seus próprios pés. Era também fidelidade e companheirismo.

Lembro das vaquinhas para comprar a bola nova. Das peripécias para pegá-la quando caia no telhado do vizinho (sempre o mais chato da rua).

Jogava por horas e dias a fio. Só parava porque tinha que almoçar ou dormir. E quando as mamães imploravam para não jogar mais depois do banho tomado, lá vinha o estrelão e os botões para amenizar a abstinência.

Bons tempos. Penso nisso num misto de alegria e tristeza. E também sinto-me um pouco privilegiado. Fomos, talvez, a geração que mais aproveitou tudo isso. Soma-se aí, os pipas, bolinhas de gude, pião, mãe da rua, rouba-bandeira...tudo em sua devida época. Porque o Futebol era supremo. Nas gerações anteriores, dos nossos pais e avós, eles tinham que trabalhar ainda muito jovens para ajudar em casa, os relacionamentos eram muito mais frios e rígidos...as posteriores perderam o espaço para edifícios e casas e carros nas ruas. Minha alegria vem de ter vivido com intensidade esses momentos mágicos e me dá uma ponta de tristeza saber que meus filhos pouco ou nada experimentaram dessa liberdade. Os parques são longes, eles dependem de mim ou que alguém os leve...não é a mesma coisa. Até as cobranças sociais podam o prazer de simplesmente bater uma bola. Ninguém precisa ser craque. Só precisa gostar. Ter prazer.

Lembrei de tudo isso porque voltei a jogar. Toda Segunda-Feira. Apesar de eu estar todo quebrado até agora, foi demais! É igual andar de bicicleta. Nunca se esquece, porém o corpo não é mais o mesmo...já sou veterano, vejam só. Mas fiz dois belos gols e fiquei contente...hehehe