segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dogville. Vai encarar?

Tem filmes que são um soco no estômago. Machucam até. Nesse sentido, sou masoquista. (rs) Clube da Luta é um deles. Até um Show de Truman, de forma mais leve, nos inquieta. Beleza Americana. Agora esse Dogville é de uma crueza, de uma violência em vários sentidos, que me deixaram estupefato ao seu término. Já tinha tentado por uma ou duas vezes assistí-lo, mas desisti (ou melhor, adormeci) logo no início. Não por não gostar inicialmente, acho que nem deu tempo disso. Dessa vez, a amiga Maira falou sobre ele e me emprestou o dito cujo. Assisti. Morri. Não vou comentar muito sobre ele, tá entupido de análises na internet, algumas muito ricas, diga-se, valem muito a pena depois de você já ter matutado sobre ele por conta própria, claro... Se você ainda não assistiu, fica a recomendação, a dica de que é um filme muito incomum (e maravilhoso) em sua feitura e umas perguntas: - Você é autêntico(a)? Sua vida é autêntica? - Você tem assuntos "emparedados" e escondidinhos? - Contudo, gosta de julgar os outros? Só coisinhas à toa, né? - Você tem fé na humanidade? E em você? Têm fé? - Consegue se confessar? Admitir coisas a você mesmo(a)? - Até onde você iria para defender o seu? - Acha a Nicole Kidman uma coisinha fofinha e angelical? (eu acho...rs) -------------------------------------------------------------------------------------------- E no Natal, assisti um outro filminho bem legal, uma animação que tinha passado despercebido por aqui. "Batalha por T.E.R.A". Que não é da Pixar/Disney, mas uma aventuda bem cativante, coisa comum do gênero. . E me fez perguntar de novo: Você tem esperança na humanidade? hummmm

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

2010 já vai tarde...

Que 2010 vá-se logo.
Que ano terrível para mim. Tantas dificuldades, tantos sonhos desfeitos, tantos sapos engolidos, planos frustados. Tudo se foi tentado, diga-se. Portanto, não há arrependimentos por não tentar, menos mal...
As pegadas que ficaram, logo se apagarão. É sempre assim. O mundo segue adiante, atropela sem perdão, sem conchavos.
Um monte de gente aproveitou-se de nossa boa vontade, da sinceridade e honestidade. Também é a vida. O que tirar disso? Cimentar o coração? Virar um bloco de gelo? Vingar-se? Mesmo se eu tentasse, não conseguiria. Preciso sim aprender a controlar a emoção, a razão, ter a consciência esperta nessas ciladas. Equilibrá-las. Já estou melhorando, mas falta muiiiiiiito caminho a percorrer.
Ainda preciso também, aprender a lidar com hipócritas de todo o tipo, filhos da puta do trabalho, falsos amigos, traições e essas besteiras que nos ofendem e amarguram.
Vá embora 2010! Só me deixe em paz! deixe esse homem, agora mais maduro, mais triste, mais marcado e mais íntimo com ele mesmo, recarregar as baterias.
2011 vêm aí e será um grande ano!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

METADE Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca Porque metade de mim é o que eu grito Mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe Seja linda ainda que tristeza Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada Mesmo que distante Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor Apenas respeitadas Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço Que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso Que eu me lembro ter dado na infância Por que metade de mim é a lembrança do que fui A outra metade eu não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria Pra me fazer aquietar o espírito E que o teu silêncio me fale cada vez mais Porque metade de mim é abrigo Mas a outra metade é cansaço. Que a arte nos aponte uma resposta Mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer Porque metade de mim é platéia E a outra metade é canção. E que a minha loucura seja perdoada Porque metade de mim é amor E a outra metade também. Oswaldo Montenegro