Já falei antes que, mais do que tudo, ter esse bloguinho me faz
exercitar a escrita e me serve como diário. Nunca fiz amizades por causa
dele nem obtive nenhum tipo de contato para quaisquer assunto. E alguns
amigos queridos às vezes vem me visitar aqui. E eu tento preparar um
chá com biscoitos...hehe. Hoje estou com o cabeção a mil, e é bom ter
este espaço virtual maluco ao alcance em vez de pedras, ou paredes da caverna para despejar minhas tolices
importantes.
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Hoje
toco acústico com Ian. Sempre é um momento muito especial para mim. De
relaxamento, de êxtase e exercício mental e porque não, espiritual.
Música é um bicho doido. É um exercício esplêndido de concentração. No
momento da execução de uma canção, mesmo que simples, vários sentidos
estão na superfície do nosso ser. Fora da gaiola. A voz saindo do
peito, passando pela garganta e a lingua se movendo formando palavras, a
letra da música e seus significados, a batida do violão na cadência,
ritmo, a força da palhetada sincopados, a espera por aquela mudança de
nota fantástica, a respiração controlada. Tudo isso devidamente
administrado pela mente, coração, corpo inteiro...com o pé batendo no
compasso...tudo ao mesmo tempo e cada um a seu tempo. Tudo para dar à música, a intensidade e dinâmicas certas. Vida. E quando
eu vejo alguém tocando assim ao vivo, eu piro. O tempo pára no ar.
É assim que "vejo" música, basicamente. Então tem memória para as
letras, para a estrutura da música e notas, tem a mecanicidade controlada da mão esquerda formando
acordes, da mão direita palhetando ou dedilhando as notas na força certa,
no tempo certo. Tem o ritmo, que o corpo se adapta ao momento e vira uma
coisa só, a concentração para fazer tudo isso paralelamente e harmoniosamente...ah como eu amo isso. Assitir, ouvir...mas principalmente
interpretar...não preciso ser alguém famoso e nem ser um virtuoso. Só preciso sentir e ser autêntico, honesto e aberto.
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Vejo em todo canto, todo o tempo, TODO mundo buscando essa tal famigerada qualidade de vida e para isso, trabalham feito
loucas e ironicamante, se afastam cada vez mais dessa tal e tão
almejada qualidade de vida. Ou se são preguiçosas e mais sonhadoras do
que práticas, ficam se imaginando com dinheiro para um dia usufruir essa
qualidade de vida vendida nas capas de revistas e programas de tv. E,
sonhando e esperando que isso aconteça um dia, se estressam, se frustram,
se decepcionam e ficam doentes, amarguradas e depressivas. A qualidade
de vida é simples. Viver agora e com o que tem. Para hoje!
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E o medo de ficar sem dinheiro? É o medo de ficar sem dinheiro que
faz a gente ficar sem dinheiro. O medo de ficar sem dinheiro nos deixa
doente, e ficando doente, gastamos o que temos.
É
o medo de altura que faz a gente ter medo de altura. Mesmo sem estar em
um lugar alto. Se eu me imaginar agora num lugar bem alto e sem
proteção, eu posso já "convocar" esse medo e deixá-lo se instalar em mim.
Mesmo sentado numa cadeira.
É tudo piscológico. E dual.
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Precisamos mudar a dialética das coisas. Precisamos ver as coisas como elas são, e não como nos são apresentadas. Não é fazendo um esforço
descomunal e desordenado que vamos mudar. Quer dizer, até vai. Mas podemos
parar num hospício pelo caminho. Um esforço repentino e muito grande é
mais fácil de estressar e frustrar. Tem que ser gradativo. É preciso estar
bem equilibrado para
quando houver alguma ação, que não reajamos imediata e automaticamente a
isso. Que reflitamos sobre a importancia daquilo. Muitas vezes vamos
perceber
que não valia a pena e só iamos reagir por impulso. Como entrar numa
loja
de liquidação sem precisar de nada e sair cheios de sacolas e o cartão estourado.
Ou como entrar na vida alegre e livre e se deixar levar pela multidão de zumbis autômatos presos.
É
só nos perguntarmos: O mundo que vimos é certo? É justo? Então porque querer tanto
ser parte disso? Sermos aceitos por quem nós mesmos não admiramos? Querer entrar num
clube que abominamos?
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Acho que na maioria das vezes, olharmos um texto antigo nosso e achar
idiota é muito melhor do que achar que um texto/pensamento antigo foi
melhor do que a gente sente hoje. Entendamos: Se achar idiota, é porque
evoluiu, se achou bom, é porque involuiu ou parou no tempo. Ou pode ser que estava inspirado mesmo.